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CÃES NEGROS, CHAMADOS POR ALGUNS DE
“FILA-PRETO”, MAS COM PEDIGREE DA FCI...

 Em novembro passado o CAFIB foi convidado pela Revista Cães & Cia. para participar de uma matéria que estava sendo redigida e se intitularia “Os Guardas Negros”, que efetivamente acabou sendo publicada no mês passado. A idéia era que o CAFIB emitisse sua opinião sobre esta cor, já que o chamado “fila-preto” seria comentado nesta matéria enquanto cão de guarda.

Mesmo sabendo que os veículos de divulgação dispõem de muito pouco espaço disponível, após conversar com Carlos do Amaral Cintra Filho, Airton Campbell e Fernando Zanetti Coeli, todos membros da Diretoria do CAFIB, redigi o texto abaixo:

CÃES NEGROS, CHAMADOS POR ALGUNS DE
“FILA-PRETO”, MAS COM PEDIGREE DA FCI...

         É interessante sermos convidados para emitir uma opinião sobre algo que entendemos não exista. Objetivamente: para o CAFIB, o cão preto com pedigree de Fila, trata-se do resultado proveniente da mestiçagem predatória e ilegal que foi realizada durante anos e obtida inicialmente por meio do cruzamento de Filas tigrados com Dinamarquês preto. Ou seja, o famoso “filamarques”. Anos mais tarde este mestiço foi também cruzado com Mastin Napolitano preto. Notar que a denominação mais comum hoje para o Dinamarquês é  Dog Alemão.

Indo um pouco além:  o chamado fila-preto é a maior de todas as provas da mestiçagem, já que qualquer pessoa entende de cores. A coloração arlequim, infelizmente também  encontrada, se bem que mais raramente em alguns filas mestiços é a sua contraprova, já que esta coloração somente é encontrada na Raça Dinamarquês / Dog Alemão.

O assunto sobre a não aceitação do fila-preto é antigo. Basta dizer que a extinta Revista Animais & Veterinária em seu número 25, datado de Abril/77, publicou as primeiras denuncias formuladas pelo Dr. Paulo Santos Cruz, devidamente provocadas por mim... Vocês poderão facilmente acessar estas duas cartas clicando no meu site em http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/7-Cao-Preto-x-Fila-Puro/7-2.jpg and http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/7-Cao-Preto-x-Fila-Puro/7-3.jpg .Notem que isto ocorreu 33 anos atrás, antes mesmo da criação do CAFIB !!!

Comentário importante: a verdadeira História do Fila é muito importante para o crescimento e aprimoramento de todo novo criador. Assim como qualquer História, trata-se de uma fonte inesgotável de conhecimento e experiência. Deve ser estudada, analisada, aprendida e preservada. E, mais importante, passada adiante. Justamente é esta uma das intenções do meu site: preservar a memória do nosso Fila, bem como sua História (clicar em http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/index.html   ). Acho muito estranho a existência de criadores que não gostam de ler, estudar e pesquisar; achando que a História do Fila começa somente no momento em que estes novos criadores passaram a se interessar pelo Fila. Resumindo: se tivessem corretamente se interessado em ler e aprender sobre o passado, muitas pessoas que hoje possuem o chamado “fila-preto”, simplesmente teria optado por outros cães, outras linhas de criação e até mesmo outros Clubes...

Voltando a cor negra: o “inventor” e primeiro defensor do chamado “fila-preto” foi o médico e Prof. Procópio do Valle. Seus dois mais fortes argumentos em defesa desta cor residem no fato de que, segundo ele:

                  1º Argumento: desde o início do registro de Filas no então Kennel Clube Paulista em 1.946 até os registros do BKC em 1956, um total de 10 filas-pretos foram registrados. Destes 10 exemplares a cor negra teria se originado e, espontaneamente, re-aparecido, repentinamente, na segunda metade da década de 1.970.
                 
                   Meu comentário A: Ou seja, em 10 anos – de 1.946 até 1.956 --- apenas estes poucos exemplares -- se por acaso Filas verdadeiros tivessem sido ---, teriam sido registrados. Entretanto, não são na verdade 10, mas sim apenas 5 os registros de cães de cor negra, já que 5 dos cães relacionados pelo Prof. Procópio (isto mesmo, um fragrante erro do Prof. Procópio de 50% !!!) eram também rajados, com patas marrons e com pelagem amarela, conforme eu o alertei em carta datada de 24/04/89. Este fato inconteste, encontra-se registrado nestes pedigrees dos quais possuo cópia, mas foram obviamente “esquecidos” pelo Prof. Procópio ávido em cometer qualquer atropelo científico e genético a fim de chegar rapidamente a justificativa da cor preta... Assim, em 10 anos de registros, teria nascido apenas segundo esta mesma Tese Procopiana somente 0,5 “filas-preto” por ano !!! Se é que fossem Filas...

Desta forma, segundo ainda esta “tese” do Prof. Procópio, de 1.956 (data do mais recente destes 5 pedigrees) até 1.977 não houve inexplicavelmente nenhum registros de filas-pretos no BKC. Logo o Prof. Procópio nos obriga a acreditar que após este enorme hiato de 21 anos, por um passe de mágica e de uma hora para outra, centenas de filas-pretos ESPONTANEAMENTE E POR OBRA E GRAÇA DO ACASO, começaram a nascer principalmente e coincidentemente no Canil Kirimauá de propriedade justamente do Prof. Procópio... Logicamente estes cães pretos foram rapidamente aceitos de bom grado e sem nenhuma curiosidade e questionamento sobre sua origem pelos diretores e demais “otoridades do ingênuo” BKC/CBKC que obviamente passou a aumentar em muito o seu faturamento com esta nova “raridade, modelo, linha e produto”... lançada no “mercado” cinófilo brasileiro... Infelizmente, mal assessora, distante, desinteressada, mas sempre cobrando seus royalties, aparece a letárgica FCI para chancelar estes novos pedigrees, sem respeitar, fiscalizar  e fazer cumprir seus próprios Regulamentos e Estatutos onde no “Artigo 2 – Objetivos” encontra-se claramente redigido: (1) “apoiar e promover a criação e uso de CÃES DE RAÇA PURA...”  e (2) “proteger e manter a criação de CÃES DE RAÇA PURA em países onde a FCI...”

                   Meu comentário B: entretanto, se analisarmos com um pouco mais de profundidade e interesse estes cinco restantes pedigrees levantados pelo Prof. Procópio chegaríamos inequivocamente a seguinte conclusão:

-  um pedigree em sendo RI (Registro Inicial) não dispõe de nenhuma filiação;
-  um possui somente o registro dos seus pais (1º Grau);
-  um não possui registrado totalmente o nome dos avós o (2º Grau);
-  e em apenas dois pedigrees encontramos o nome dos avós (2º Grau) completos.

Como vocês podem avaliar nenhum destes 5 pedigrees possuem o nome registrado dos bisavôs em diante, isto é, 3º e 4º Grau, o que, aliás, devemos considerar como um fato normal, já que na época de emissão destes pedigrees (1.949 até 1.956) dava-se o inicio dos registros de Fila no Brasil no KCP e depois no BKC. Entretanto, para fragilizar ainda mais esta falsa Teoria Procopiana, apenas nestes dois únicos pedigrees que encontram-se registros até o 2º Grau encontramos 6 vezes repetido, o nome de apenas dois cães: Diana do Mandaqui e Marajá do Morro Grande. Logo, se não passassem de mestiços de Dinamarquês (Dog Alemão) ou, ainda, de autênticos cães Dinamarquêses sem as orelhas cortadas, encontra-se ainda mais inviabilizada toda esta frágil Teoria Procopiana. Curiosamente estes detalhes tão importantes passaram despercebidos de um médico acostumado à pesquisa, talvez no afã desesperado de “inventar” uma origem natural para a coloração negra na Raça Fila... Por favor notem: mesmo depois de eu tê-lo formalmente e expressamente avisado por carta em Abril de 1.989...

 

            2º Argumento: o tradicional criador de Filas de Minas Gerais, Sr. Willian Frederick Chalmers teria sido proprietário do “fila-preto” Zulu.
               
                      Meu comentário: Não é verdade, já que encontramos no verso da foto deste cão, escrito pelo próprio Sr. Chalmers a observação “Mestiço de diversas raças”, conforme descobriu a holandesa Sra. Ines Van Damme, criadora de Filas radicada na Espanha, com dois excelentes livros publicados sobre nossa raça.  Logo, conclui-se, que o maior “garoto-propaganda” do livro do Prof. Procópio, o cão Zulu, é uma farsa. O “escudo” que o Prof. Procópio procurou criar se respaldando na integridade, seriedade e história do criador mineiro Sr. Chalmers simplesmente ruiu (vide no meu site http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/fila-brasileiro/index.html e clique nas  folhas
03, 04-A e 04-B).

Conclusão sobre meus comentários acima: infelizmente na vida, muitas vezes pessoas são levadas a alcançar seus sonhos desrespeitando a verdade dos fatos:
a) 5 pedigrees favoráveis a uma tese jamais poderão se transformar em 10 pedigrees;
b) Zulu não era Fila, era apenas um comum vira-lata !

 

Para facilitar este entendimento, seguem abaixo outros pensamentos sobre chamado “fila preto”:

1 – Apologistas da cor negra na Raça Fila apontam inconsistência no fato do Dr. Paulo Santos Cruz ter aceitado a cor negra num artigo escrito em 1.951, de a ter novamente aceito quando redigiu o primeiro Padrão da Raça para anos mais tarde devido ao nosso alerta e o advento do Cafib, negá-la. Entretanto estes mesmos apologistas se recusam a aceitar que por diversas vezes o Dr. Paulo escreveu e explicou que naquela época:

         1.1. -  começava a conhecer o Fila visitando fazendas no interior e, portanto, não se sentia com conhecimento nem “...respaldo algum para que se negasse  pureza a qualquer detalhe somático”;

         1.2. -  jamais trouxe das fazendas um único cão preto sequer, já que os poucos que viu pareciam “... dinamarqueses (Dog Alemão) sem as orelhas operadas, e não Filas”;

         1.3 – da mesma forma ao redigir o Padrão juntamente com João Ebner e Waldemar Rathsan, concluiu que não tinham conhecimento suficiente para excluir para sempre e de forma radical  a cor preta que na pratica não se encontrava na Raça Fila. Após o seu retorno à Cinofilia o Dr. Paulo afirmou em 1.979: “...quando leio anúncios de ninhadas de filas pretos, sinto uma grande pena do criador: ele esta tão por fora quanto eu estava em 1.950/51, ou então é um grande desonesto”...

2. Por que o Pai do fila-preto, Prof. Procópio do Valle, reconhecido e querido  médico endocrinologista, não se interessou  em comprovar a pureza rácica dos cães pretos que passaram a nascer repentinamente e sem explicação clara em seu Canil Kirimauá? Por que o Prof. Procópio, com sua formação médica superior, não se preocupou em tornar pública a pesquisa científica por ele produzida que o teria feito resgatar daquele passado tão distante (21 anos !!!) e de apenas 5 cães a coloração negra no Fila? Por que um cientista não se preocuparia em demonstrar e esclarecer sua descoberta, ainda mais em se tratando de um assunto tão polêmico? Por que ao invés do Prof. Procópio se orgulhar e tentar provar a pesquisa genética por ele empreendida com a finalidade de resgatar a cor negra no Fila se calou, optando por disponibilizar em livro apenas vagas fotos de cães pretos sempre pesadões (Mastin Napolitano) ou quadrados, pernaltas, sem barbelas, com ventre alto (filamarqueses)  e tão atípicos quanto o seu cão Tição de Kirimaua, (clicar em http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/fotos/1816.jpg ) que absolutamente nada comprovam?

3. Os chamados “filas-pretos”, provenientes da mestiçagem majoritariamente com Dinamarquês (Dog Alemão) preto são como escreveu em 1.977 o próprio Dr. Paulo: “...os caracteres somáticos vinculados à cor preta é que  confirmam a origem ilegítima do cruzamento com dinamarquês (Dog Alemão): a) tipo geral longilíneo; b) figura quadrada; c) pernalta; d) tórax estreito; e) ombros deslocados para a frente; f) falta de antepeito; g) ventre esgalgado; h) pescoço comprido; i) cabeça estreita e comprida, mas, vista de perfil, com boa profundidade; j) orelhas pequenas, finas, de inserção alta; k) pele esticada; l) temperamento fraco. Nem todos reúnem a totalidade destes detalhes pois foram cruzados com Filas (puros), numa extensão maior ou menor, mas alguns destes caracteres estarão presentes.” Continuando: “...a cor é preto-azeviche” ou arlequim.
“Como a única raça canina no mundo com pelagem arlequim é o Dinamarquês...”  chamamos estes cães de filamarqueses.

4. Já os também chamados “filas-pretos”, provenientes da mestiçagem com Mastin Napolitano preto, conforme também escreveu o Dr. Paulo em 1.977 encontram-se na cor “...preto-ardósia e os caracteres são estes: a) tipo fortemente brevilíneo (atarracado); b) figura retangular longa; c) pernas curtas; d) tórax largo e “de rede”; e) ventre esgalgado; f) muita barbela ou papada; g) crânio muito largo; h) orelhas de inserção alta; i) “stop” abrupto, formado pelo frontal (testudo); j) parótidas inchadas; k) focinho curto, de profundidade maior que o comprimento; l) rima labial em ângulo agudo; m) mordedura em torquês ou apresentando prognatismo inferior; n) expressão cansada, aborrecida, quase sempre ofegantes”.

Concluindo o item 3 e 4 acima, Dr. Paulo, repete de forma inequívoca e lúcida apesar da surdez eterna do BKC e da FCI: “...a existência desses todos ou de alguns desses caracteres prova a mestiçagem, porque eles não poderiam sem a miscigenação aparecer numa raça que não os tem”.

5. Como acrescenta também o criador, juiz e ex-Presidente do Cafib, Dr. Fernando Zanetti Coeli, com muita propriedade: “A cor preta por si só não é indicativo de miscigenação, entretanto é o indicativo mais evidente de que ela tenha ocorrido, já que vem sempre  aliada à tipologia das raças que lhe deram origem , ou seja, basicamente o dinamarquês (Dog Alemão) e o Mastin Napolitano”.

6. No meu site  (http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/index.html ), no Menu “Cão Preto versus Fila Puro” (http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/7.html ) encontram-se disponibilizados 22 documentos comprovando este assunto à exaustão.

7. Aproveitamos para recordar aos mais jovens que gostam e respeitam a História do Fila um acontecimento que certamente hoje anda esquecido: a criação em 1.976 do Consorcio Yandu, infelizmente  nesta minha maravilhosa Cidade do Rio de Janeiro, baseado num filamarques que tinha este mesmo nome (Yandu). Este cão foi apresentado na mídia brasileira como o primeiro “fila preto”, tendo inclusive ganho texto e foto na primeira página de um dos mais importantes jornais do nosso país: Jornal O GLOBO. (http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/7-Cao-Preto-x-Fila-Puro/fila-brasileiro-E.jpg  e http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/7-Cao-Preto-x-Fila-Puro/fila-brasileiro-F.jpg )   Este Consórcio desejava transformá-lo num excepcional reprodutor com suas crias vendidas para diversos países. Felizmente, em tempo, foram conscientizados por mim de que Yandu era uma fraude, não passando de um mestiço, proveniente da cruza de Fila com Dinamarquês (Dog Alemão) preto. Assim, por serem sérios e honestos este grupo de empresários cariocas preferiu extinguir este Consórcio assumindo um grande prejuízo financeiro. Isto mesmo amigos: há 33 anos  rejeitaram este filamarques, este “fila-preto”...

8. Graças a Deus e a Mãe Natureza, os juízes do CAFIB, principalmente: Airton Campbell, Américo Cardoso dos Santos, Luiz Antonio Maciel, Fernando Zanetti Coeli, Carlos do Amaral Cintra Filho, Antonio Silva Lima, Jonas Iacovantuano e do nosso  saudoso Sebastião Monteiro, realizaram centenas de Análises e Exposições de Filas em todo o Brasil (e no exterior), percorreram milhares de quilômetros em busca de verdadeiros Filas e, assim como o Dr. Paulo no passado, jamais viram um só cão preto -- com ou sem pedigree do CBKB / FCI de Fila -- que tivesse o fenótipo e o temperamento de um verdadeiro Fila...

               Concluindo A: Teoricamente (só na teoria) o Fila na coloração preta poderia talvez até ter eventualmente ocorrido, daí a liberação desta cor 60 anos atrás no primeiro Padrão que o Dr. Paulo redigiu, ainda como sempre afirmou, procurando aprender e melhor conhecer a Raça Fila. Entretanto, na prática, no início da década de 1950, a cor preta já não era encontrada em exemplares realmente típicos. Somente na segunda metade da década de 1.970,  com o advento das primeiras mestiçagem quando se iniciou o cruzamento de fêmeas Filas com cães machos da Raça Mastiff Inglês (clique em http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/8-Documentos-de-1978/8-21-A.jpg ), cães de cor negra com pedigree de Fila do CBKC/FCI começaram a aparecer, mas já com evidentes sinais de mestiçagem proveniente do Dinamarquês preto (Dog Alemão) e, mais grave,  sem nenhuma explicação plausível para este fato. Ou seja, acredito que o “filamarques” pegou uma “carona” na onda da miscigenação que teve origem nestas cruzas de Filas com Mastiffs Ingleses. Este foi de fato no meu entender o “grande trabalho de pesquisa genética” efetivamente realizado...

               Concluindo B: os apologistas da cor negra ainda se agarram desesperadamente ao fato do Dr. Paulo ter escrito 60 anos atrás: “Quem quiser cor que cultive rosas”. Entretanto, estes mesmos apologistas denotam ter memória muito curta já que exatamente no mesmo artigo (vide livro “O Cão, Nosso Melhor Amigo” de Luiz Hermanny Filho, pág. 435), apenas uma frase antes desta o Dr. Paulo TAMBÉM redigiu como ressalva: “Por enquanto o objetivo deve ser: QUALIDADE”. Esta frase explicativa e reveladora infelizmente os defensores do preto tendenciosamente insistem em “esquecer”, iludindo os ingênuos e novos compradores...  Logo, qualquer pessoa esclarecida e de boa fé, só pode entender que naquele momento o Mestre de Criação do CAFIB fez uma concessão à cor preta, já que estava preocupado não com cor, mas sim com a fixação da tipicidade do Fila.  Estava preocupado com a preservação da qualidade naqueles cães rústicos e fiéis, chamados  pelos fazendeiros mineiros de onceiros, boiadeiros e cabeçudos. Estava interessado em perpetuar aquele cão brasileiro que ele recém descobrira e que eram inexcedíveis  guardas de propriedades. Qualidade esta que o Dr. Paulo tanto procurava em outras raças e não achava, após ter tido sua casa em Santos-SP invadida por um grupo de meninos que corriam atrás de um balão de São João.... ( clique em: http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/4-Documentos-de-1975-e-1976/4-17.jpg e http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/9-Documentos-ate-1979/9-3.jpg ).

Dr. Paulo estava preocupado em trazer das fazendas de Minas Gerais e de São Paulo para a sua casa em Santos e dar para os amigos aqueles excelentes exemplares caninos nacionais. Dr. Paulo estava certo: graças a ele herdamos o Fila. Graças a ele deu-se a primeira exportação de Filas em 1.954 para a Família Real Alemã. Graças a ele estamos aqui hoje conversando sobre o Fila e sua História que também deve ser preservada. Finalmente: graças ao Cafib, sua diretoria e associados, apesar de todo o descaso do BKC /CBKC / FCI, o nosso querido Cão de Fila Brasileiro foi salvo da extinção !

Mas já que os apologistas da cor negra gostam tanto de artigos como este do Dr. Paulo, vamos continuar nesta mesma fonte de pesquisa... Apesar de alguns criadores mais recentes não se importaram com a História do Fila, a sua preservação e, ainda, sua enorme utilidade como inesgotável fonte de experiência e conhecimento, felizmente temos em nosso país homens como Paulo Roberto Godinho, chamado carinhosamente por mim há algumas décadas de "A Enciclopédia Ambulante". Paulinho sabe "quase" tudo, não fosse ele um dos maiores ganhadores em nosso país dos chamados Quizz Shows, tradicionais programas de perguntas e respostas que fizeram e ainda fazem enorme sucesso nas televisões de todo o mundo. Mas isto é outro papo...

Infelizmente a soberba da diretoria do CBKC / FCI  não os deixam usufruir desde "cálice da sabedoria"... Por que afirmo isto ? Muito simples: comentando com o  Paulo Godinho sobre este meu artigo, imediatamente ele me lembrou. -- "A cor do Fila ? Tá lá no teu site, tá lá.  Tá no primeiro artigo publicado sobre a raça Fila, intitulado "O FILA". Foi publicado na revista "Caça e Pesca" em fevereiro de 1.942, de autoria de João Laraya, com a colaboração do criador Benedito Faria de Camargo".

Realmente, este artigo pioneiro esta no meu site disponibilizado no menu "Documentos até 1.974"  e comprova como conhecer e usar a História é fundamental... (clicar em  http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/3-Documentos-ate-1974/3-1.jpg). Pois sabem o que escreveram os primeiros criadores e historiadores do Fila ? Lá vai: "A cor predominante (no Fila) é o baio escuro, mas há também os brasinos (segundo o dicionário Houaiss = que tem o pêlo vermelho [ cor de brasa ], com algumas riscas pretas ou quase pretas) ou tigrados e os baios claros."

Ou seja, meus queridos amigos órfãos do cão preto com pedigree de Fila do CBKC/FCI e do Prof. Procópio: a cor predominante no Fila era  o baio escuro. Mas existiam outras. Que outras cores existiam ? Resposta:  brasinos ou tigrados e os baios claros. Mas, e o preto ? Sequer foi mencionado, já que não existia...

Ouvi falar pela primeira no Dr. Paulo Santos Cruz em meados de 1.970, durante um encontro que tive com o juiz e antigo criador de Filas Zito Hermanny (Canil Amazonas) cujo avô, proprietário do Canil Guararema (http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/3-Documentos-ate-1974/3-3.jpg  ), foi um dos precursores do Fila no Rio de Janeiro. Depois de algumas poucas conversas por telefone com o Dr. Paulo, fui até Santos me encontrar com ele que, aborrecido e cansado da política cinófila havia se auto-exilado. Estava afastado, criando poucos Filas no seu outrora insuperável Canil Parnapuan. Deste momento em diante passamos a nos falar semanalmente por telefone, mesmo quando fui trabalhar em New York e depois em Londres (1.976, 1.978 e 79). O contato era permanente.  Conheci o "Velho" Paulo intensamente. Assim, afirmo que sua mente aberta, democrática e magnânima, jamais castradora e criadora de obstáculos, é que fez com que ele, sem dar a mínima importância para a cor preta, deixou-a esquecida entre as demais no padrão original do Fila, sem dar a ela a mínima importância, já que na prática não existia cães pretos com fenótipo de Fila e sim, apenas, vira-latas e Dinamarqueses (Dod Alemães) sem orelhas cortadas. Até porque ninguém em sã consciência e em juízo perfeito poderia aventar a mais remota hipótese de que décadas mais tarde um médico iria tentar inventar um cão nesta tonalidade, aproveitando-se de uma brecha existente no Padrão. 

              Concluindo C: Pessoalmente acredito que o motivo que teria levado o Prof. Procópio à criação do filamarques, numa empreitada sem origem e muito menos com comprovação científica, teria sido sua realização pessoal. Isto é, como defende mais objetivamente a estilista cinematográfica de Hollywood, criadora e fazendeira Sra. Ligia Morris, “seria a afirmação do seu Ego, numa tentativa de desempenhar  no Brasil,  algo semelhante ao papel do Sr. Dobermann na Alemanha”. Afinal, o Prof. Procópio era médico, tinha recursos e não precisava do comércio de cães para sua sobrevivência. Ao contrário de alguns apologistas do filamarques de hoje que, mesmo sem serem  entendidos em marketing, nem serem  ligados à indústria da moda ou ao mercado automobilístico, sabem muitíssimo bem que o preto é a cor que mais vende. E  vende muití$$imo bem...

Mas, amigos,  entendo que a ciência evolui cada vez mais rápida, ainda mais com a evolução e apoio constante da informática. A melhor perspectiva é de que em breve os marcadores de DNA nuclear e o DNA Mitochondrial tornem muito mais fácil a comprovação e a separação dos mestiços com pedigree do CBKC / FCI, dos Filas puros sem pedigree ou com pedigree do CAFIB e do CBKC, conforme pesquisa de doutorado em andamento realizada pelo criador e médico  veterinário Dr. Aníbal Felipe-Silva.

Finalizando: não deixem de ler o magistral artigo do advogado, criador e fundador do CAFIB-Recife, Dr. José Souto Maior Borges,  que encontra-se disponibilizado em meu site  intitulado “Mestiços Pretos de Fila Brasileiro: um Ferro de Madeira” (basta clicar em http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/17-INGLES-FILA-BRASILEIRO/30-7a.jpg + 3 páginas). Delicia pura...

Logo, amigos, não se deixem enganar e reflitam: 
1. fila preto = mestiço = filamarques = ferro de madeira...;
2. Sentimos muito que a FCI continue letargicamente em seu profundo e distante sono alheia há décadas à realidade do Fila Brasileiro e, ainda,  desrespeitando sistematicamente há décadas seus próprios Regulamentos e Estatutos;
3. Mas, se voce discorda destes meus pontos de vista acima e esta feliz com o seu cão preto, acredita que tratar-se de um Fila Puro, até porque tem pedigree e ganhou algumas medalhas e prêmios do CBKC/FCI, vá em frente e boa sorte !
4. Mas abra o olho: o cachorro preto, chamado insistentemente por alguns de “fila-preto” com pedigree do CBKC/FCI, saiu de moda...

Obs: “Fila” com “F” maiúsculo = verdadeiro Fila. Entretanto “fila” com “f” minúsculo = mestiço...

Agradecimentos:
Airton Campbell, Anibal Felipe-Silva, Carlos do Amaral Cintra Filho, Fernando Zanetti Coeli, Ines Van Damme, José Souto Maior Borges, Ligia Morris, Paulo Godinho.

Francisco Peltier.
Fev/2.010

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